um capítulo sobre a desistente da academia

11 de setembro de 2021

gif: prosa de cora

hoje estava lembrando sobre como foi o meu 11 de setembro. eu tinha 10 anos. os 10 anos de 2001, não os 10 anos de agora, 2011. os 10 anos que as crianças viam desenho animado de graça toda manhã e não conversavam sobre coisas tão profundas como hoje em dia. será que estou sendo saudosista mais uma vez? 


eu sempre fui uma criança que gostava de ser criança, gostava de brincar de brinquedos e podia passar muitas horas sozinha vendo filmes da disney sem atrapalhar a faxina da casa ou o dia de ninguém. eu fui uma criança que sempre teve gosto e escolha, do que vestir e do que fazer no cabelo. eu fui aquela criança que já tinha cabelo cacheado mas mesmo assim pediu para "fazerem" mais de 80 cachinhos para o seu ABC pois a mãe tinha reservado um vestido princesa e quando essa menina foi provar ela viu um vestido tomara-que-caia cheio de pérolas ainda sendo bordado e disse que queria aquele. o vestido mais lindo do mundo. essa mesma criança que foi oradora da turma no ABC não tirou os cachos feitos pois estava se sentindo linda, depois não conseguiram "desembaraçar" esse cabelo e tiveram que cortar os cachos até a onde haviam conseguido, fazendo com que a criança sentisse uma dor gigante que até hoje lembra. atrás de casa, sentada no banquinho, esperando tirar os nós do cabelo. eu fui uma criança que amava brincar, que fazia a tarefa da escola na hora do recreio para ter mais tempo de ficar em casa vendo tv ou brincando de boneca com a minha irmã. acho que fui uma criança muito da rua mas também fui uma criança que gostava de estar sozinha. hoje ainda sou assim.


eu gosto de estar na rua mas me faço feliz sozinha, lendo ou vendo filme. eu me dou bem comigo, em todos os sentidos. poderia ser melhor, eu sei disso. tem muita coisa em mim que eu sei que poderia ser melhor. mas isso não me dimuinui nem me deixa triste. sei que se você me conhecerem, tem quase 80% de chance de você gostar de mim. eu sou simpáticamente simpática, menos quando estou com fome. 


eu sou uma mulher com os seus 30 anos que ainda não acredita que tem 30 anos, mas não pelo fato de amar desenho ou gostar de cores nos olhos e nos cabelos (digo isso pois nos 30 anos disse que queria ter o cabelo rosa, pelo trabalho e o medo do que iram pensar da adulta que não é tatuadora nem publicitária com o cabelo todo rosa, fez apenas mechas. mas sim, isso já é alguma coisa). ah, também fiz um sidcut que sempre quis e só tive coragem aos 30 anos. os 30 anos me mudaram? eu não sei. eu já fiz yoga, pilates, musculação, eu estou sempre parando e voltando projetos.


eu sou casada, meu melhor amigo é o meu marido e eu sou completamente apaixonada por ele desde que o vi de bermuda de azul, camisa de algodão, havaianas e um copo de plástico com uma cerveja duvidosa ali no centro de tecnologia e geocienências da ufpe. um futuro engenheiro que deveria ter sido historiador. ali eu não sabia que iria completar 10 anos contigo bebendo vinho no sábado a noite e vendo filme. 


eu sou canceriana, sou uma boa amiga, eu choro com facilidade. eu sou engraçada e eu não tenho medo de falar em público. eu gosto de conhecer gente e eu gosto de saber se as pessoas gostam de mim mesmo isso já sendo pauta de análise recorrente. jéssica maria oliveira, pernambucana que tem a bandeira de pernambuco de 1817 na parede da sala. que tem livros espalhados pela casa toda e que não toma café mas adora chá. a professora que tem vários perfis nas redes sociais pois gosta de compartilhar as coisas e é boa nisso, é tão boa que faz mestrado em educação tecnológica e pesquisa as redes sociais na educação e como as redes tem poder de compartilhar e mobilizar as pessoas. a que sempre tenta não ser mas acaba sendo bem individualista algumas vezes. em transformação todo dia? será?

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